O BOSQUE SEM SAIDA

O BOSQUE SEM SAIDA

Editorial:
EDICIÓNS LAIOVENTO
Año de edición:
Materia
Poesía. lit gallega
ISBN:
978-84-8487-476-8
Páginas:
160
Encuadernación:
Rústica
Colección:
VENTO ALTO
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Disponible en 72 horas.
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Ninguém sabe abrir a porta que conduz aos
âmbitos da solidão. Não há saída do labirinto do
bosque vazio. Existe, por acaso, uma porta de
entrada, a que se reproduz na capa deste livro,
a de duas fechaduras que, na sua sucessão,
marcam o contraste entre o tempo da memória
e o da idade invernal onde habita, com pouco
afã mas sem aceitar o encanto da desesperança,
o poeta. É a mesma porta que se abre às
estâncias da casa da Marinha, permanentemente
revisitada por Xavier Rodríguez Baixeras, quem
na dupla entrega de O bosque sem saída elabora
com exemplar valentia o dramático discurso
do deterioro, a decadência, a derrota. A casa
da Beira Norte e de Visitantes transpira hoje o
“odor de cansaço e de fermento”.
O aparelho simbólico que o poeta maneja com
notável rigor indagatório desde os dias da sua
estreia no ofício, lá nos anos setenta do passado
século, retesa mais do que nunca nos poemas
de O bosque sem saída o eixo do sentido e
abre o rumo expansivo da polissemia para um
discurso de reflexão substancial, um de cujos
núcleos emocionais é a estoica –e mesmo
gratificante- aceitação do cansaço existencial,
uma sorte de elegante estado de ataraxia
cultivado com consciência. “Cultivas o cansaço
na fragrância/ do que foi”, confessa o poeta em
declaração na frente do espelho. Esse mesmo
espelho reflete a imagem dupla da memória
ainda reconfortante e a da idade “vaga, invernal”
do habitante do bosque sem saída.
Xosé Mª Álvarez Cáccamo